O deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos;
na foto com Renata Abreu), continua acumulando apoios à sua volta à Câmara, de onde foi retirado num processo relâmpago sem nenhum embasamento jurídico pelo STF.
Depois da Marcha para Jesus, realizada há cerca de duas semanas pelas ruas de Curitiba e onde Deltan foi convidado especial do evento, desfilando em carro aberto pelas ruas de Curitiba, no último domingo (4) ele recebeu o apoio de milhares de pessoas num evento realizado na Boca Maldita, em Curitiba e que contou com lideranças principalmente do Podemos de várias partes do País.
Aos gritos de "volta Deltan", milhares de partidários se postaram em frente ao carro de som estacionado na Boca Maldita, palco de grandes manifestações de cunho democrático ao longo dos últimos anos, entre elas, a das Diretas Já, que em 1984 pediu o fim da ditadura no país.
Além da militância que apoiou o ato pró-Deltan no domingo, estiveram no palanque lideranças do Podemos de vários estados do país, como a presidente nacional da legenda, Renata Abreu e o senador Eduardo Girão, fervorosos críticos da politização do STF.
A exemplo de Deltan, tanto Renata como Girão pediram a imediata recondução de Deltan à Câmara Federal. Renata foi dura nas críticas ao posicionamento do STF em relação à cassação do ex-deputado. Ela disse que o que se vê no país é a "implementação de um posicionamento absolutamente ditatorial de principalmente o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que tem perseguido de forma frenética políticos que fazem oposição ao Supremo e ao governo federal".
"Precisamos ir às ruas para frear o STF, que interfere de forma ilegal em questões de outros poderes, levando o país a uma ditadura imposta pela toga. Girão, por sua vez, atacou o que chamou de "perseguição desenfreada do STF" a personalidades que sempre lutaram para estancar a corrupção no país. "O que se vê é a inversão de valores, onde bandidos se tornaram mocinhos e mocinhos têm sido perseguidos como criminosos.
No evento de domingo, os seguidores de Deltan também vaiaram o posicionamento do senador pelo Podemos Oriovisto Guimarães, que, ao usar o microfone, tentou defender a postura do STF nos julgamentos ilegais que aquela corte vem fazendo envolvendo políticos do seu próprio partido. Dono da rede Positivo, Oriovisto foi vaiado no evento e teve de deixar o palanque diante de sua postura considerada imprópria para aquela solenidade.
Deltan fala em não desistir
Deltan Dallagnol (Podemos-PR) pediu a apoiadores neste domingo (4), em Curitiba, que "não desistam" e disse que vai "lutar até o fim" após a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que cassou seu mandato.
Deltan, ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato do Paraná participou do ato no domingo com um discurso otimista.
"Encontrei pessoas durante a Lava Jato que me pediam para não desistir. Agora eu vou pedir para vocês, não desistam. Grandes manifestações começaram com manifestações menores", disse Deltan. "Preciso ser franco. Sozinho eu não vou conseguir. Preciso de vocês para fazer a transformação", afirmou.
Deltan recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a cassação do seu mandato na quinta-feira (1). Mas ele diz ainda acreditar que a Mesa Diretora da Câmara Federal possa não chancelar a decisão de 16 de maio do TSE.
O ato com Deltan ocupou a primeira quadra do calçadão da rua 15 de Novembro. Organizadores chegaram a anunciar um público
(foto) de 10 mil manifestantes.
Neste domingo, no caminhão de som, um grande cartaz trazia a foto, os endereços das redes sociais e os telefones dos gabinetes dos deputados federais da Mesa Diretora da Câmara.
Em seu discurso, Deltan resgatou a atuação na Lava Jato e criticou Lula. Disse que não desejava morar num país onde "o presidente indica amigo para o STF e estende tapete vermelho para ditador". O público também gritou "fora, Zanin" e "fora, Pacheco" ao longo do ato.
Deltan recebeu apoios de políticos locais e também de parlamentares de outros estados. No caminhão de som, ao lado dele, estavam o senador Eduardo Girão (Novo-CE), a presidente do Podemos, deputada federal Renata Abreu (SP), o deputado federal Abilio Brunini (PL-MT) e o deputado federal Gilson Marques (Novo-SC).
"Não vou desistir do nosso país. Se cassarem uma cabeça, virão outras três no Paraná, três em outros estados. Vamos encher o Congresso Nacional. Para que, dentro da democracia, a gente faça a transformação do que a gente sonha", disse ele.