sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Impeachment: siglas aliadas sofrem derrotas ao recorrer ao STF

Um dia após a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, os partidos aliados do governo sofreram derrotas em duas das três ações apresentadas ao STF (Supremo Tribunal Federal) questionando a legalidade da decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informa O Globo.

Ontem mesmo, segundo o jornal carioca, o ministro Celso de Mello rejeitou uma das ações, apresentada pelo deputado Rubens Júnior (PCdoB-MA), com o argumento que o parlamentar não tinha legitimidade jurídica para propor a ação. Em outra ação, o ministro Gilmar Mendes (foto) negou a liminar pedida por três deputados do PT e manteve o processo de impeachment. Os petistas chegaram a anunciar que estavam desistindo do processo ontem mesmo, mas Gilmar Mendes não permitiu.

A terceira ação, apresentada pelo PCdoB, foi sorteada para o ministro Edson Fachin, o integrante mais recente do tribunal, empossado neste ano. Fachin, assinala o jornal, pediu informações antes de tomar sua decisão. Ele deu prazo comum de cinco dias para manifestação da Presidência da República, Senado, Câmara dos Deputados, Advocacia-Geral da União e Procuradoria-Geral da República. O prazo começa a contar a partir das notificações, que devem ocorrer amanhã. Portanto, a decisão de Fachin não deve ser tomada antes da próxima quarta-feira.

Regras do impeachment

Na ação relatada por Fachin, o PCdoB pede, conforme O Globo, que o STF determine as regras de tramitação do impeachment. Argumenta que, como os processos de impeachment não são usuais, o Congresso não se preocupou em aperfeiçoar a Lei 1.079, de 1950, que disciplina esse tipo de procedimento.

Para o partido, as lacunas da lei deixam dúvidas sobre as regras de tramitação do processo no Congresso. Por isso, o partido pede que o STF defina o parâmetro de tramitação do processo, sem levar em consideração as regras expressas nos regimentos da Câmara e do Senado.